a prova dos nove
sei que sairei daqui
e irei àquele bar
pedirei uma cerveja
e um dreher pra acompanhar
a caminho do dito bar
fumarei um hollywood azul
o verde causa impotência
e já está de amargar
depois de sentado e da quinta cerveja
depois de levantar vinte e uma vezes pra fumar
desligarei meu celular
(no dia seguinte direi que estava fora do ar
a culpa é da operadora
não adianta reclamar)
farei isso porque hoje
não quero papo
não quero amores tranquilos
e nem ser o bom menino
quero ser deixado pra lá
virarei a noite dando tiros
com meus amigos bandidos
que se dizem intelectuais
tomarei a saideira na padaria
pra não pegar o madrugueiro
meu olho está fora do lugar
no dia seguinte
lá pelas onze
com a cabeça girando
(ainda de calças e do tênis um único par)
ligarei o telefone e ele ribombará
com as mensagens das suas quarentas ligações
e aquela em que você se diz preocupada
me arrastarei até a geladeira atrás de uma gelada
e com a boca amarga darei um trago
reprimindo o engulho
do primeiro beijo
fumando um cigarro mais amassado do que a minha cara
por fim mas não por último entrarei em crise
irei até a venda
e comprarei meia dúzia de latas
tornarei ao lar
e ouvirei frank zappa
pra desopilar
sei que sairei daqui
e irei àquele bar
pedirei uma cerveja
e um dreher pra acompanhar
a caminho do dito bar
fumarei um hollywood azul
o verde causa impotência
e já está de amargar
depois de sentado e da quinta cerveja
depois de levantar vinte e uma vezes pra fumar
desligarei meu celular
(no dia seguinte direi que estava fora do ar
a culpa é da operadora
não adianta reclamar)
farei isso porque hoje
não quero papo
não quero amores tranquilos
e nem ser o bom menino
quero ser deixado pra lá
virarei a noite dando tiros
com meus amigos bandidos
que se dizem intelectuais
tomarei a saideira na padaria
pra não pegar o madrugueiro
meu olho está fora do lugar
no dia seguinte
lá pelas onze
com a cabeça girando
(ainda de calças e do tênis um único par)
ligarei o telefone e ele ribombará
com as mensagens das suas quarentas ligações
e aquela em que você se diz preocupada
me arrastarei até a geladeira atrás de uma gelada
e com a boca amarga darei um trago
reprimindo o engulho
do primeiro beijo
fumando um cigarro mais amassado do que a minha cara
por fim mas não por último entrarei em crise
irei até a venda
e comprarei meia dúzia de latas
tornarei ao lar
e ouvirei frank zappa
pra desopilar
3 Comments:
desaprova meiameiameia
sei que acabei de ler
um dos melhores poemas
que meu melhor amigo William
acabou de escrever
mas tive que conter
uma vontade de mandar ele se foder
provavelmente desnecessária
diante das circunstâncias,
a vontade ora traduzo num poema-comentário,
que agora vai virar carta
com destinatário:
prezado William:
já que a sua arte poética
está em altíssimo nível
(quando arte e verdade
identificam-se e se tornam
uma e a mesma coisa),
por que você não ficcionaliza
o erro que pode lhe dar fim
e não transforma os seus tiros
com amigos bandidos
em tiros de festim?
ninguém gosta de perder o seu melhor amigo
e ninguém devia se render ao que é ruim
tudo bem: eu também sou assim
e assim também compreendo
as pulsões de morte
e padeço delas,
mas tente ser forte
como essas rimas pobres
e no entanto belas,
cheias de intenções nobres...
perceba que a sua vida não é feia
e se renova
(depressão é uma ova!)
admita que há uma mulher linda
interessada na felicidade de ambos vocês
portanto não se perca de vez
repito como preceito:
sua vida se renova
e ela não é feia
tome jeito
e aceite esta versalhada
aqui mal batizada
a título de reprova
meiameiameia
Ivan
Ivan, faço das suas as minhas palavras...
Juliana ;)
parodiando o livro do frança,
essa coisa acontece com seu eu-lírico de doze em doze horas?
abraço
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