sexta-feira, outubro 11, 2013

a educação sentimental

o teu bem faz-me tão mal
                           deolinda

traz-me o gosto da morte à boca
seus olhos em silêncio boquiabertos
me trincham as entranhas o cutelo

(em delito ao delírio em declínio dos gregos)

gago recito um provérbio
mas não rogo o arremedo
aos seus dedos em prelo

(que deflagram pejo num silêncio)

e a seu tempo minha alma em peso
estrangulará a garganta e no interregno
a chama se chama mesmo

(já não darei ouvido aos seus apelos)

a morte é rouca menina
um sussurro da vida
e duras penas são apenas

(como um dia após outro dia)