a paixão dos suicidas que se matam sem explicação
rapaz
tua vida não anda boa
que são este conhaque às oito da manhã
e estes cigarros ininterruptos
acaso queres morrer
rapaz
beberás até sangrar o nariz e estourar o baço
fumarás até te caírem os dentes
a grana acabou
agora nem mesmo as caras te amarão
(nem mesmo as coroas)
porque não te amas
qual mulher te amará então
tua mãe já não te podes ver
ao teu pai és um desgosto
estorvo na carência do ser
o amor te fugiu pela janela
e agora nada há
além da agonia que cavaste
e plantaste neste suposto palácio
da sabedoria
(o bom e velho cubo de gelo que não te cansa)
és sábio
mas não parece
o que deveria ser não é poesia
tua mão trêmula de bebedeira
não te dará guarida
(é o dinheiro que te aquecerá no inverno
então terás todos os amigos e
todas as mulheres)
por hora te preserves
ainda que prisioneiro daquela
ela não te quer mais
a ela não bastam rimas
(ainda mais com experiências sexuais internacionais)
evita as pessoas que te perguntam se estás bem
se te quisessem bem
não perguntariam
te fariam
és pequeno
menino
e cruel na tua covardia
não sabes te deixar amar
(não justifica não saber odiar)
para ti a alegria é um veneno
e não um remédio
entretanto te compreendo
a morte parece um bom jeito
de dar um jeito
na vida
não arrependas a tua mocidade
a verdadeira mentira
são amores verdadeiros
enterra a tua mágoa
no mais fundo do teu ser
e se nada mais der jeito
haverá um momento
um breve momento a dar cabo
da tua existência idiota
meu pequenino rapaz
rapaz
tua vida não anda boa
que são este conhaque às oito da manhã
e estes cigarros ininterruptos
acaso queres morrer
rapaz
beberás até sangrar o nariz e estourar o baço
fumarás até te caírem os dentes
a grana acabou
agora nem mesmo as caras te amarão
(nem mesmo as coroas)
porque não te amas
qual mulher te amará então
tua mãe já não te podes ver
ao teu pai és um desgosto
estorvo na carência do ser
o amor te fugiu pela janela
e agora nada há
além da agonia que cavaste
e plantaste neste suposto palácio
da sabedoria
(o bom e velho cubo de gelo que não te cansa)
és sábio
mas não parece
o que deveria ser não é poesia
tua mão trêmula de bebedeira
não te dará guarida
(é o dinheiro que te aquecerá no inverno
então terás todos os amigos e
todas as mulheres)
por hora te preserves
ainda que prisioneiro daquela
ela não te quer mais
a ela não bastam rimas
(ainda mais com experiências sexuais internacionais)
evita as pessoas que te perguntam se estás bem
se te quisessem bem
não perguntariam
te fariam
és pequeno
menino
e cruel na tua covardia
não sabes te deixar amar
(não justifica não saber odiar)
para ti a alegria é um veneno
e não um remédio
entretanto te compreendo
a morte parece um bom jeito
de dar um jeito
na vida
não arrependas a tua mocidade
a verdadeira mentira
são amores verdadeiros
enterra a tua mágoa
no mais fundo do teu ser
e se nada mais der jeito
haverá um momento
um breve momento a dar cabo
da tua existência idiota
meu pequenino rapaz
16 Comments:
ei, will, o que é isso fióte, atacando de conselhista, hm? cara, tu é dos bpns, me'rmão. dos fodas. e a coisa vem melhor a cada dia.
ah, sim, a começar pela referência no título.
dá até vontade de de querer matar.
beijo.
Olha eu te lendo denovo! (O bom é que toda vez que eu volto, tem coisa boa me esperando!)
Abraço.
A parte "ainda mais com experiências sexuais internacionais" ficou demasiada ambígua, concorda?
acho que caberia utilizar " ... ainda mais com ... (minhas ou suas) ... experiências ..."
bem, ainda não sei se vale a pena responder um "anônimo".
Estava "anônimo" pois estava no laboratório do colégio, e ja roubaram minha senha lá. Só achei que o texto estava quase todo sendo bem direto e aquela parte ficou "destoante".
Não precisa responder, foi só uma sugestão.
metendo o bedelho: eu acho que esses parênteses dá um tom jocoso, é ótimo, beibe. e sendo parentese, não há o que destoar...
ops. tangente. bai-bai.
beijo.
Discordo de você Nina, um simples pronome possessivo deixaria o texto do parênteses sem ambiguidades, e coerente com o restante.
eu odeio vc...
os parênteses tiram a ambiguidade.
quem me odiará?
Bom, desculpe minha ignorância mas não entendo como os parênteses tiram a ambiguidade.
Discussão um tanto idiota. Me parece óbvio a que os parênteses se referem. É só ler o resto do poema...os parênteses indicam uma intervenção do eu-lírico, mais precisamente um momento de "razão" dele, enquanto o resto do poema seria mais voltado ao lado instintivo, ainda assim aconselhando o eu-lírico. A outra opção (a ambiguidade) não faz sentido com o resto do poema. A única opção coerente é o objeto do poema (a mulher perdida) ter experiências sexuais. Qualquer um que tenha o mínimo de sensibilidade enxerga isto ali. Bom, desculpem a intervenção, mas n aguentei ver tanta ignorância em entender um poema.
Ah, desculpe, eu não sou o mesmo "anônimo" que te odeia. Meu nome é João Carlos e eu acompanho seu blog há algum tempo. Que é ótimo, por sinal.
Muito sensível você JC
obrigado joão carlos, era exatamente isso.
Postar um comentário
<< Home