quinta-feira, novembro 13, 2008


grande salvador dalí

o dia perdido de minha vida

antes que houvera nascido
o amor garantiu seu álibi

ágil ave fraca do não ser
aguada foice o sangue semiárido

trágica árvore infrutífera
estulta o que se fez e fora a farsa

maldita gana bruta do querer
se tornaria o cárcere

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Seria uma prisão no estilo de um Panótico esse cárcere ao qual se refere? Essa dor uma expiação do corpo, das carnes frementes? Sinto a dor a distância, sangra, agita, verve, alucina!

;)

sexta-feira, novembro 14, 2008  
Blogger tecatatau said...

seria uma totalidade na medida em que não se têm álibi para a existência e justamente por não tê-lo é que se o tem, pois a única maneira de viver é aceitando a respondabilidade por todos os nossos atos, a liberdade é justamente a única prisão. e nisso tudo amar só pode ser encarado como "a paixão dos suicidas que se matam sem explicação".

sábado, novembro 15, 2008  
Blogger Lídia said...

Quando vi a ilustração do poema lembrei-me logo do "Estrangeiro". Lendo seu comentário percebo que talvez minha intuição estivesse mesmo certa. Se a liberdade é uma prisão, então podemos dizer que estamos presos por pura vontade. Amar é aceitação, mesmo que seja aceitação da dor.
=)

segunda-feira, novembro 17, 2008  
Anonymous Anônimo said...

amor: "tocaia de animal que acompanha sua presa"

terça-feira, novembro 18, 2008  

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