william turner: "naufrágio"
há muitas léguas meus olhos
não viam o cais de meus vícios
ódio amor sexo
maré quase perfeita
em meus dias de tédio
mas a pedra em que tudo batia
deu ao céu um manto vermelho
não houve trégua
de tanto mar
tal sangue
entre as ondas o vento cerzia
minha sina nas tábuas
o sal purgando o azul
e a vida que me vinha
5 Comments:
Recomeço?!
;)
É inevitável ler o poema e não lembrar os famosos versos de Shakespeare: "...a vida é cheia de som e fúria" (adaptação livre)
Infelizmente (ou felizmente), a vida é este amálgama de caos, de ondas furiosas e o eterno desejo da conciliação com a paz, com o sereno. Não tem jeito, é simplesmente assim: vida. Belo poema, numa bela sequência de produção, Will. Abraços
"minha sina nas tábuas
o sal purgando o azul
e a vida que me vinha"
E esses dias eu estava pensando em azul também, só não sei o que o purga de mim. Talvez a própria vida.
=)
"a vida que me vinha"
oh, god! por que eu não sei falar?
ps: já publicaste algum livro? eu bem queria comprar, caso haja.
Hola, he paseado por tu blog y, me detuve en este poema tan fiel a la imagen que pusiste. Algunas palabras me cuesta entenderlas, por ejemplo: cerzia, houve.
Un placer conocerte, te seguiré visitando.
Un beso.
naná
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