quinta-feira, dezembro 04, 2008


william turner: "naufrágio"

há muitas léguas meus olhos
não viam o cais de meus vícios
ódio amor sexo
maré quase perfeita
em meus dias de tédio

mas a pedra em que tudo batia
deu ao céu um manto vermelho
não houve trégua

de tanto mar
tal sangue
entre as ondas o vento cerzia

minha sina nas tábuas
o sal purgando o azul
e a vida que me vinha

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Recomeço?!

;)

quinta-feira, dezembro 04, 2008  
Blogger FMAN said...

É inevitável ler o poema e não lembrar os famosos versos de Shakespeare: "...a vida é cheia de som e fúria" (adaptação livre)
Infelizmente (ou felizmente), a vida é este amálgama de caos, de ondas furiosas e o eterno desejo da conciliação com a paz, com o sereno. Não tem jeito, é simplesmente assim: vida. Belo poema, numa bela sequência de produção, Will. Abraços

quinta-feira, dezembro 04, 2008  
Blogger Lídia said...

"minha sina nas tábuas
o sal purgando o azul
e a vida que me vinha"

E esses dias eu estava pensando em azul também, só não sei o que o purga de mim. Talvez a própria vida.

=)

sexta-feira, dezembro 05, 2008  
Blogger Mariana Botelho said...

"a vida que me vinha"

oh, god! por que eu não sei falar?

ps: já publicaste algum livro? eu bem queria comprar, caso haja.

domingo, dezembro 07, 2008  
Anonymous Anônimo said...

Hola, he paseado por tu blog y, me detuve en este poema tan fiel a la imagen que pusiste. Algunas palabras me cuesta entenderlas, por ejemplo: cerzia, houve.
Un placer conocerte, te seguiré visitando.
Un beso.
naná

sexta-feira, dezembro 12, 2008  

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