segunda-feira, outubro 05, 2009

linha de passe
ao irmão do fritz que quando gagá só falava de beckenbauer

ensimesmado entre edmund husserl
e martin heidegger (encharco com cachaça)
o meu dasein (intelectual deve jogar bola
melhor entre as coxas de uma loira)

fazendo a existência dos existenciais
(ou pelo menos fazendo meu dia)
nos compassos sincopados o samba aporia
por que é que eu também não fui feliz

(eu quando nasci sabia agora quem saberia)
noite que angustia (são vinicius de moraes
concebei uma fenomenológica mulata logo mais)
quem disse que não há filósofos tropicais




uma página arrancada de kierkegaard


ponho flores no seu túmulo o maior absurdo
desejo de roer seus dedinhos do pé
pela última vez unhinhas em rosa cadelinha
(que se tornarão negras)

sou um idiota por idolatrar cadáveres
(ou será apenas carma este querer inóspito
de provar as entranhas do ódio)

seu fim sereno naquela noite escondia
o desespero de uma rebeldia
(mas mulheres mantém o sigilo
e as aparências nos pecados originais)

você se foi do jeito que veio (não com a inocência mas
sem carro e sem dinheiro na poupança ou investimentos
apenas meu amor desprezado como espólio)

vida linear e óbvia (por que a quis)
a razão de não a poder deixar para trás
é ainda uma incógnita (sem corolário ou escólio)

2 Comments:

Blogger nina rizzi said...

eu sou tua fã, camarada.
e gosto de dos e coisas negras e belas e sujas e inter-jeitões.
e tão mórbida quanto os alemães...

beijo.

segunda-feira, outubro 05, 2009  
Blogger nina rizzi said...

e gosto de coisas negras é aquele "de dos"... e de dedos também, ora essa!

segunda-feira, outubro 05, 2009  

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