quinta-feira, novembro 16, 2006

ao homem que voltou do palácio da sabedoria.

quarenta e oito graus de liberdade

para jorge barbosa filho


os meus poemas têm asas de abutres
eles se nutrem de meus pesadelos
nas noites em que a loucura me sucumbe
enquanto cavalgo segurando teus cabelos

não me adiantam palavras nem zelo
desde que sou o profeta das nuvens
só seduzindo a tua nudez em pêlo
sob a ausência de todas as luzes

somente assim eu desvelo o segredo
da minha morte vida em solitude
sigo a sombra pela sina da astúcia
vociferando os versos que me rugem