quarta-feira, julho 07, 2010

em que se anuncia o fim da melodia

cancel my subscription to the resurrection

diga a ela que me ligue
não ontem
nem amanhã
pois é tarde e me perdoa
tarde demais para descansar em paz

sobre meus livros
há uma grossa camada de limo
e poeira sobre os meus lençóis
os acordes fusam em tercinas nos castiçais

meu espaço sufoca no tempo
e meu juízo sintético a priori desolado
imaginou-se apodídico em anfibologias conceituais

(coração coração coração
treme atrás da porta esfolado
pede saúde e glória e nada mais)

diga a ela que eu nunca quis esta tinta
tomei-a de vinicius de moraes
não dá para devolver e simplesmente voltar atrás

e que todo guerreiro menino
como todo menino guerreiro
precisa lutar por um exército vermelho
ou lilás

3 Comments:

Blogger nina rizzi said...

ah, menino, que saudade eu tinha da tua poesia. tão bela, tão verdadeira. necessária.

beijos.

quarta-feira, julho 07, 2010  
Blogger Ivan said...

Ah, muleque! Ficou muito aviadado esse "lilás" no final, aliás...

A estrofe toda está totalmente suspeita, em última instância e em última estância -

sugiro algo menos frutinha, tipo:

e que todo guerreiro menino
e que todo menino guerreiro
tem que lutar num exército vermelho
antes de poder morrer
em paz


Mais sagaz, não?
Deixa pra lá: vamos ver os outros versinhos...

quinta-feira, julho 08, 2010  
Blogger nina rizzi said...

arre, prefiro o original.

no mais, eu, vc e exércitos coloridos, ellenizados.

beijos, menino bunitu

sábado, julho 17, 2010  

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