sexta-feira, fevereiro 11, 2011

não fixarei seu nome
na minha história

já houve saúde e glória
lua crescente
lírio
abelha
e a pêra do príncipe
me levou ao limite

mas não a deixarei ao largo
mesmo que não hajamos consumado
um ato qualquer na esfinge
decifra-me só que não a devoro

tornei-me adepto do decoro
meus versos cantarão seu nome velado
serei sempre seu lacaio mais dedicado
liberta-me sendo a minha musa
para que nunca sejamos culpados
ensaio de semiótica

o médico recomendou

“prudência com as destiladas
sob risco de um fim breve”

só não sei se ele se referiu
às bebidas
ou às mulheres

pois meu sótão
está cheio de símios

eles saltam de galho em galho
e só podem ser abatidos
a tiros

mas o que fazer
se deixei de ser
pistoleiro

antes de ter de comparecer
ao meu próprio enterro
ars amatoria

License my roaving hands, and let them go,
Behind, before, above, between, below.

tem boi na linha sua vaca
e a cada vez que você me achincalha
tenho vontade de sacar a faca
e lhe arrancar os bofes
também sou chegado a carnes nobres

gosto de costela e de maminha crua
cheguei ao ponto de roer as unhas
na ânsia sanguinária de comer
não me importa que você seja um bufê
e eu prefira um cardápio à la carte