quinta-feira, junho 28, 2007

a arte da fuga

e que de tão leve a dor
se delineie aflita minha
mente em desdém ressuscita
o corpo a alma a cobiça

prenhe de tanto desejo
agito as mãos resvalam
palavras trôpegas aceleram
passo a passo a busco

em meus olhos se fecha
a janela dela a boca
despe nas palavras rimas
e se grava a sina na retina

sexta-feira, junho 22, 2007

sturm und drang

à distância lanças a lança lancinante
(tua palavra avança calada e abstrusa)
a seta certa da tristeza brusca
(mas a tua centelha não me ilude)

passando lento atormentando a tempestade
abro ou fecho a fenestra freme ou tranca
de tanto chover nada me invade ou canta
nuvens negras o meu sol não mais levanta

(vítrea vista vil torna infame a idade tenra
carne casta castanha dos meus olhos)
lavras a minha terra é seca e não enxergas
plantas relhas no meu cio sou saudade