terça-feira, setembro 15, 2009

sino #3

coney island baby

baterei a cabeça em todas as esquinas
consumindo corpos enquanto teu
cheiro se esvai

farei do ócio meu sangue
e derramarei eu próprio
como justificativa do meu dasein

purgarei teu nome e me
devorarei sempre pior
do que antes ou depois

num vasto momento a busca
do sentido do ser será
o vácuo do meu tormento

e quando chover eu
estarei em todos os cantos
de todas as cidades
mastigando giletes
roendo unhas e cacos de telhas
para teu deleite e dele

sintam-se bem à vontade

quarta-feira, setembro 02, 2009


foto: miguel soza

o que é bonito


É o que persegue o infinito
Mas eu não sou
Eu não sou, não...



pressinto o clima de partida
a brisa preenche o vácuo dos
teus passos que se afastam

haja o que houver eu estarei
aqui longe do mar o sol escalda
estiola o amor o que não fora

deslizante nas ondas das sombras
em tua nudez distante figuro na proa
destoando da tua memória que me enevoa