i
a noite é o lugar do viço
àqueles que renunciaram a mim dedico
uma canção a prosa e o lied
será eterna lembrança
sei que todos gostam de querer
ter é o que mais me espanta
mas o que abraça e abarca chiaroscuro
companheiro é o que dá esperança
cria a alma e se levanta
todo dia a fuga de ser ato
engano e pujança sfumato
nunca mais seremos meus
ainda que cultuemos o mesmo
a plenitude do desejo
fora o extremo inconcebível
sempre o mesmo eu
ii
o tempo não progride
aterra no espaço
fincando na carne
os seus braços
a cada traço
tentar escapar é vão
sob o peso dos astros
escólio a estátua
e tanto mede quanto ameaça
fazer a estatura
ainda mais nas noites
de lua arrastar-se
à procura
e não a encontrar
iii
onde colocar o peso destes pesadelos
a luz enegrecida
o escuro brilhante
calcinando a rima
despida a vida
vestir a vista
em desespero
o erro imperdoável
sempre impecável
no ermo deste fado
com extremo zelo
a noite é o lugar do viço
àqueles que renunciaram a mim dedico
uma canção a prosa e o lied
será eterna lembrança
sei que todos gostam de querer
ter é o que mais me espanta
mas o que abraça e abarca chiaroscuro
companheiro é o que dá esperança
cria a alma e se levanta
todo dia a fuga de ser ato
engano e pujança sfumato
nunca mais seremos meus
ainda que cultuemos o mesmo
a plenitude do desejo
fora o extremo inconcebível
sempre o mesmo eu
ii
o tempo não progride
aterra no espaço
fincando na carne
os seus braços
a cada traço
tentar escapar é vão
sob o peso dos astros
escólio a estátua
e tanto mede quanto ameaça
fazer a estatura
ainda mais nas noites
de lua arrastar-se
à procura
e não a encontrar
iii
onde colocar o peso destes pesadelos
a luz enegrecida
o escuro brilhante
calcinando a rima
despida a vida
vestir a vista
em desespero
o erro imperdoável
sempre impecável
no ermo deste fado
com extremo zelo