quinta-feira, julho 30, 2009




confissão

chora que enquanto choras
não vês de perto o teu penar


para que o seu corpo não se esqueça
a memória de meus dedos o desenha
todas as manhãs

a fim de que a sua lembrança não se afogue
no mar do desterro teço meus sonhos
em páginas brancas

torno juno o anjo exterminador
e por você o desejo
é o de fazer uma rima menor

terça-feira, julho 28, 2009

farei poemas e deixarei de ser
sozinho neste julho negro

onde nasceste
fracassei no teu ser
a chama da sinceridade

a morte me pede passagem
o que tenho esperado não chega

e o que me chega é apenas a sombra da verdade
(tu eras uma mentira)

mas o amor é cego surdo louco e sem fronteiras

nunca verá a aurora e nem o sol morrer
na realidade

nesta vida tu foste meu sono
o abandono de mim

impiedosamente selvagem

foto: miguel soza

o pastor

ai que ninguém volta
ao que já deixou



i

não é possível desejar o sol
pois cinza é o teu coração

todas as citações de amor da bíblia
não batem no fundo onde os fungos bebem

quem se atreve a semear e colher os dias
da pergunta da dúvida da libido

esqueçamos a migração das almas
pois te direi

um belo dia acordamos
e abrimos a porta
para o resto da vida
ou para o abismo

ii

deixe o pássaro
pousar sobre as tuas costas
e fazer cócegas

o riso é a única comunhão
com o desconhecido

(meu siso não nasceu
não tenho juízo)

embora haja tanto em mim contigo
sem que as tuas vistas percebam

eu não temo a morte
ela vive à minha porta

iii

de certo que me devo respeito
sou pedra amolada em faca afiada
e seu eu não puder ter então suspeito
que finda em sangue a chama cobiçada

conheço teus íntimos defeitos
tormentos nós em pingos de lágrimas
outrora já quis ser um bom sujeito
agora ser humano e mais nada

sábado, julho 11, 2009

quisera deixar de existir nestes dias.