terça-feira, agosto 10, 2010

de me presumens

A horse! a horse! my kingdom for a horse!

no dia seguinte ao meu aniversário
com alguns requintes de escárnio
a carcomida foice em farsa enfadada
banhará de sangue a minha cara pálida

sem amor saudade ou ódio injuriado
parvo parto impávido em vala vazia
e direi ousadamente ao meu chegado
que de nada me valeu esta estadia

breve só restará de mim um breviário
abandonarei de vez este negócio ingrato
bom rato que me sei e que os vermes
venham roer este belo cadáver ultrajado

domingo, agosto 01, 2010

apaga a luz do dia e o poste ilumina
os traçados de esquina em esquina
enferrujando meus nervos de aço

reencarno em cada trago a memória
nas buzinas azuis a cidade em pedaços
seu cheiro seduz assim o mais crasso

em busca de um tropeço afim de esquecer
de mim mesmo lasso corpo trapo
mastigado trago sensual por centavos